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O saber como reflexão das realidades conjecturais

Mar 03, 2006

De que maneira apreendemos as coisas do mundo e quais são as bases para a reflexão sobre as contingências da vida? É de alguns dos aspectos mais básicos deste saber que se ocupa Realidade e Cognição, novo título da Editora UNESP, em co-edição com a Discurso Editorial.

O saber como reflexão das realidades conjecturais

O saber como reflexão das realidades conjecturais

Uma noção decorrente da teoria evolucionista é que a capacidade cognitiva do ser humano é sua mais preciosa arma de sobrevivência e a qualidade que o distancia dos demais animais. Mas de que maneira apreendemos as coisas do mundo e quais são as bases para a reflexão sobre as contingências da vida? É de alguns dos aspectos mais básicos deste saber que se ocupa Realidade e Cognição, novo título da Editora UNESP, em co-edição com a Discurso Editorial.

João Paulo Monteiro parte da premissa de que a maior parte do que denominamos “cognição” ou “saber” se refere a uma conjectura, pois a única coisa “absolutamente certa” é que “neste exato momento sou um sujeito tendo uma experiência”. Neste sentido, o autor defende que o termo “conjecturalidade” caracteriza de maneira mais correta a maior parte do que geralmente designamos como “cognição” ou “saber”. Mas, adverte, este saber conjetural é indispensável à sobrevivência e uma forma de satisfazer a curiosidade, incluindo a filosófica, que é natural no ser humano.

Procurando entender o ser humano como parte da natureza, Monteiro aborda os aspectos básicos desta curiosidade que leva à investigação desde dos outros organismos que habitam o planeta até as formas culturais próprias de cada grupo humano e o sentido da existência. Um “saber conjectural” indispensável à nossa sobrevivência e que leva à reflexão filosófica quando as perguntas feitas abordam “o que é isso que sentimos em nós e se chama ‘consciência’”.

Em Realidade e Cognição tem-se claro que vivemos em um mundo que não foi construído por nós, que há uma realidade independente de qualquer “sujeito constituinte” ou de um contexto cultural, mas que “em termos metafísicos o mais prudente é permanecermos neutros quanto ao problema da natureza desta última realidade”. O que podemos, “e devemos”, é conjecturar “acerca de um sem número de aspectos desta realidade”, nos esforçando para esclarecer o melhor possível os fenômenos constitutivos de cada um desses aspectos.

Sobre o autor - João Paulo Monteiro é professor titular aposentado da USP, continuando com cursos de pós-graduação e orientação de teses. Foi professor catedrático convidado na Universidade de Lisboa e na Universidade Lusófona, também em Lisboa. Escreveu, além de numerosos artigos sobre temas filosóficos em volumes e revistas nacionais e estrangeiros, Teoria, Retórica, Ideologia (Ática, 1975), Hume e a Epistemologia (Imprensa Nacional, Lisboa, 1984) e Novos Estudos Humeanos (Imprensa Nacional, Lisboa, e Discurso Editorial, 2003).

Título: Realidade e Cognição
Autor: João Paulo Monteiro
Número de páginas: 160
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 28
ISBN: 85-7139-636-1
Data de publicação: 2006

Os livros da Fundação Editora da UNESP podem ser adquiridos pelo site: www.editoraunesp.com.br

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