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Comunidades digitais e racionalismo crítico

Jan 12, 2006

Um debate sobre a possibilidade do uso da tecnologia para o resgate do espaço público e para a desmistificação da manipulação ideológica da realidade.

Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentado-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi[m] negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - Mais serviria, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!
(Camões, Soneto 88) [1]

Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence
.
(Bertold Brecht)

Os círculos dominantes da sociedade globalizada saudaram o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva como a demonstração de que é possível “humanizar” esta sociedade sem que seja necessário alterar os modelos da ortodoxia liberal. Os elogios de dirigentes das organizações de crédito multilaterais, dos países capitalistas avançados e do setor financista enfatizam o caráter técnico e a inevitabilidade da manutenção do modelo macroeconômico. O discurso homogeneizado enfoca as demandas sociais apenas dentro de um limitado campo onde continuam prioritários os interesses de quem detém os recursos (monetários, técnicos e tecnológicos) necessários para a construção de uma sociedade (idealmente) mais justa. Neste contexto, a realidade apenas existe se fizer parte do sonho global de realização de lucros e do livre comércio.

Mesmo que, a priori, seja improvável a concentração dos meios de produção gerar redistribuição de renda, a retórica liberal defende, a posteriori, que “a crescente integração econômica do mundo fez aumentar o PIB global, tornou mais igualitária a divisão do bolo e beneficiou os países emergentes que se internacionalizaram” [2]. Para os porta-vozes do liberalismo, os números (dispostos em diversas tabelas gráficas) mostram que o livre comércio reduz a pobreza e a desigualdade. Não iremos discutir as distinções kantianas de conhecimento, mas ressaltamos que o que é dado como conhecimento cuja origem é a experiência e a observação factual apenas reflete uma parte da realidade. Enquanto a representação do real pelo discurso liberal reveste-se de uma autoridade “matemática”, seus modelos exatos são aplicados em uma realidade não completamente apreendida, ou seja, inexata.

Qualquer alternativa política alternativa que procure assegurar “uma outra globalização” é logo descartada como ideológica e, portanto, não racional. No entanto, o próprio racionalismo técnico do liberalismo é distorcido por uma ideologia [3], um “sistema de crenças” firmemente sedimentado nas estruturas de pensamento. Esta ideologia não é baseada em conflitos de classes (apesar do crescente abismo entre elas) ou raças (apesar das teorias que entendem a história como um choque de civilizações), mas no conflito entre os indivíduos: a competitividade. “Não é de se estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo porque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se como coisa” [4]. 

A “ideologia política de maior sucesso na história” [5] que delimita o horizonte da análise se faz presente primeiramente na seleção dos dados, do segmento de realidade a ser utilizado. Contrastando com o entusiasmo liberal com elevação dos padrões mundiais, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento diz que “os anos 90 significaram retrocesso sem precedentes no desenvolvimento humano do planeta” [6]. Tal constatação é refutada pela mídia liberal desviando-se o olhar do problema: sim, os ricos ficaram mais ricos e os pobres permaneceram pobres, mas os países que aceleram seus padrões de vida tiveram em comum “a política de abrir suas economias para o comércio e o capital estrangeiro” [7]. Fracassos como o do modelo argentino são contabilizados como desvios compensados pelo sucesso de países como a Coréia do Sul e o Chile. O que importa para a ideologia liberal é que “passados 160 anos, o mundo fez até agora progressos inimagináveis no bem estar humano, qualquer que seja a medida usada” [8].

Infelizmente, muitos outros “desvios” não mensuráveis pelas metodologias do pensamento hegemônico alteram esse padrão ideal: o espantoso crescimento econômico chinês traz consigo uma dramática degeneração das condições de trabalho; a ascensão do fundamentalismo islâmico “é explicada parcialmente pela falta de qualquer outra alternativa ao regime universal do neoliberalismo” [9]; organizações criminosas posicionam-se “discretamente no mundo da política e da mídia em uma série de países” aproveitando o desespero dos excluídos da sociedade global e os fluxos financeiros não controlados [10]; o Nafta significou para a população mexicana um aumento na cesta básica de “560%, enquanto os salários cresceram apenas 136%” [11]. Se for verdade que o livre comércio possibilita aumento das exportações e conseqüente crescimento econômico, também é preciso considerar que “[...] desde 1960, a distância entre o quinto mais rico e o quinto mais pobre da população mais que duplicou” [12]. No início da década de 90 prometia-se um novo mundo de riquezas e prosperidade, uma humanidade finalmente unida em busca do desenvolvimento econômico e da prosperidade resultante dos avanços da ciência e da tecnologia. Os subsídios agrícolas e outros mecanismos de proteção utilizados pelos Estados Unidos, União Européia e Japão também mostram que o discurso do livre comércio é um jogo de interesses e não um ideal compartilhado que busque o desenvolvimento humano. O sonho de uma humanidade integrada, sem conflitos de raças, religião ou classes transformou-se pela ação liberal em um pesadelo globalizado onde a competitividade exacerba esses conflitos.

Ao apreender ideologicamente a realidade, o pensamento liberal altera o desenvolvimento das relações de poder. Do mesmo modo que as “distinções enfáticas [da indústria cultural]... não são fundadas na realidade, quanto, antes, servem para classificar e organizar os consumidores a fim de padronizá-los” [13], as opções políticas enquadram-se em categorias esvaziadas de significado, apenas conservado sua distinção para efeitos de marketing. O poder em um mundo globalizado e transformado pela tecnologia da informação é diluído em um novo espaço de fluxos [14], levando a economia a um novo embate com a política [15]. Temos um aparato de dominação no qual as formas conhecidas de soberania e os “países são disciplinados por uma multidão eletrônica de investidores que controlam o acesso ao capital numa economia globalizada” [16].

Com a realidade apreendida ideologicamente, a adoção de políticas baseadas nas teorias econômicas desenvolvidas em centros acadêmicos [17] dos países de capitalismo avançado - e gerenciadas pelos organismos de crédito multilaterais – dá-se de forma quase automática por governantes oriundos de cores ideológicas das mais diversas. “Muitos movimentos de cidadãos vêm tentando reverter as tendências econômicas conservadoras na última década elegendo governos liberais, trabalhistas ou social-democratas, somente para descobrir que a política econômica continua inalterada ou serve ainda mais diretamente aos caprichos das corporações globais” [18]. Quando após não sete, mas décadas de serviços prestados ao capitalismo, Jacó finalmente tem Raquel nos braços, ela se revela mais uma vez – talvez, agora, definitivamente - Lia. O resultado é a globalização de uma prática intensificada no Brasil nos últimos anos:

Uma regra que sempre vigorou [...] é a de que só os detentores de riqueza, empresarial ou pessoal, têm reconhecido o direito de defender os seus interesses (ainda que ilegítimos, em inúmeros casos). Aos assalariados, ao funcionalismo público, aos aposentados da vida árdua, aos detentores de sentimentos nacionais e a tantos e tantos, a defesa dos seus interesses foi sempre negada com a intransponível barreira das desqualificações conceituais [...] Assim o Brasil se tornou um país sem debate. E, portanto, sem idéias, porque o espaço das idéias em confronto foi entregue, cada vez mais, ao empobrecimento de todas as manifestações da inteligência, da criatividade e da cultura. [19]

Com a interdição do debate e a manipulação do imaginário coletivo, as teorias econômicas e sociais são naturalmente aplicadas à política e à cultura como leis (quando não se transformam em mitos). Esta racionalidade técnica oriunda da mecanização capitalista sufoca a racionalidade crítica [20] e impede qualquer possibilidade para além das formas do aparato dominante. Mesmo as tentativas de se pensar criticamente a ideologia liberal e seu instrumental tecnicista se dão nos termos padronizados do pensamento hegemônico ou são imediatamente absorvidas. Muitas “Lias” são oferecidas às massas globais, muitas “Raquéis” autênticas são transformadas e reduzidas. É o caso, por exemplo, dos movimentos que ao boicotarem marcas famosas por causa das condições miseráveis de trabalhos na Ásia e na América Latina pretendem usar o consumo como arma contra as grandes corporações. Os limites desta contestação são claros, pois “quando um logotipo tem toda a atenção, mesmo quando é utilizado taticamente para ilustrar questões maiores, outros ficam inquestionavelmente livres deste embaraço” [21].

Ao atacar o sistema seguindo os padrões estabelecidos pelo próprio sistema, consegue-se afetar expoentes deste aparato hegemônico, mas não a sua estrutura (o aparato em sua totalidade), pois a lógica não é apenas mantida como acaba ampliando-se ao abarcar também a própria contestação.  “A revolta que rende homenagem à realidade se torna a marca de fábrica de quem tem uma nova idéia para levar à indústria” [22].  A contestação ao aparato ao invés de fundar-se na racionalidade crítica mergulha  nas categorias dominantes da racionalidade técnica, transforma-se em rótulos “sem exploração”, em mais um elemento de marketing para as marcas globais [23].  A homogeneização é ampla o suficiente para dar a ilusão de escolha ao indivíduo e a personalização dos sistemas default já está contemplada pelo sistema.

Assim, as identidades formadas pelo consumo e pela mistificação da técnica não transcendem o aparato ideológico envolto pelo discurso da eficiência e pelas teorias sociais da pós-modernidade. Se para Marx os homens não faziam a história “sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado” [24], hoje o “cérebro dos vivos” é treinado para responder  objetivamente às demandas do sistema dominante, às estruturas padronizadas que fomentam a eficiência competitiva [25]. Os indivíduos atomizados pela indústria cultural são agrupados em multidões e perdem a consciência crítica proporcionada pela individualidade:

[a indústria cultural] impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, que não se poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados. Se as massas são injustamente difamadas do alto como tais, é também a própria indústria cultural que as transforma nas massas que ela depois despreza  e impede de atingir a emancipação para a qual os próprios homens estariam tão maduros quanto as forças produtiva da época o permitiriam. [26]

O sistema que controla esta massa tende, por causa da lógica da eficiência técnica, à concentração da propriedade dos meios informacionais. Uma monopolização da mídia e da indústria cultural que se torna cada vez maior. Nos EUA, por exemplo, a Federal Communications Comission tenta eliminar os entraves legais que limitam a concentração de vários veículos de mídia por um mesmo proprietário nas médias e grandes cidades e o número de estações de televisão em uma mesma rede [27]. Tais restrições de propriedade mantinham a diversidade de vozes em um “sistema [que] não funcionava sempre, mas colocava alguns limites” [28]. Na Itália, a relação entre controle da informação e controle das massas é paradigmática: “um único indivíduo [...] não apenas se tornou primeiro-ministro, mas conseguiu controlar todas as cadeias de televisão, algumas grandes editoras, alguns periódicos e poderá em breve controlar dois dos três maiores e mais consagrados jornais do país” [29].

Além da concentração monopolista, conceitos gerenciais baseados no modo de produção global [30] acarretam uma simbiose de processos técnicos e a diluição das fronteiras entre a publicidade e o jornalismo, assim como a manipulação (consciente ou inconsciente) da informação. “É um aparato racional, combinando a máxima eficiência com a máxima conveniência, economizando tempo e energia, eliminando o desperdício, adaptando todos os meios a um fim, antecipando as conseqüências, sustentando a calculabilidade e a segurança” [31]. As sinergias dos conglomerados de mídia comprometem a independência da produção e a concorrência no campo jornalístico [32] amplia-se de tal modo que mesmo as instituições mais conceituadas alteram suas práticas em nome de uma eficiência técnica e econômica, “espetacularizando” a notícia e deteriorando a legitimidade anteriormente adquirida.

Com a homogeneização do pensamento, qualquer tentativa da mídia em resgatar alguns de seus princípios e fugir do “consenso do senso comum” é logo sufocada por uma opinião conservadora majoritária, que considera “esses princípios como se eles derivassem do Manifesto Comunista” [33]. O resultado é um controle midiático que direciona e formata a realidade, como pudemos observar na recente invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Um levantamento feito entre 30 de janeiro e 12 de fevereiro de 2003 pela Fairness & Accuracy in Reporting mostra que das 393 fontes utilizadas pelas redes de televisão (ABC, CBS, NBC e PBS) nesse período, 75%  era composta de militares ou ex-militares dos EUA e menos de 0,5% era afiliada a movimentos antiguerra (o número total de fontes céticas à pertinência da guerra foi de 6%) [34]. Como nunca, “[...] o nível de informação política e os conselhos que surgem das manifestações da indústria cultural são simples futilidades, ou ainda pior; os padrões de comportamento são desavergonhadamente conformistas” [35].

Este aparato altera de códigos historicamente estabelecidos na tentativa de proteger os lucros da indústria cultural [36] e o poder de determinar quando, onde e o que será culturalmente consumido. Totalizam-se as relações sociais não mais em uma estrutura política ou estatal [37], mas corporativa: novos mecanismos de proteção ao direito autoral [38] ameaçam subordinarem os direitos da sociedade como um todo aos direitos econômicos das grandes corporações. Esta ampliação da propriedade intelectual já gera danos na estrutura democrática. Na Espanha, a Lei de Serviços Sociais de Informação e Comércio Eletrônico “determina que os sites têm que se registrar junto ao governo e os ISPs [39] são obrigados a monitorar o conteúdo dos sites de seus clientes, vetando e denunciando qualquer conteúdo julgado ilícito” [40]. Segundo a Universidade de Harvard, o site de buscas Google remove, em seus sistemas locais de busca na França e na Alemanha, centenas de sites que podem ser considerados ilegais nestes dois países [41]. Nos Estados Unidos, Emmanuel Goldstein publicou em seu site o código do programa DeCSS, que dá aos usuários de DVD o direito de usufruir sua cópia adquirida legalmente da maneira que lhe aprouver, e foi processado por violar o direito autoral dos produtores de filmes. Como os códigos de computador são uma linguagem tal qual a literatura [42], impedir a publicação do DeCSS é ferir a Primeira Emenda da Constituição norte-americana, que defende a liberdade de expressão [43]. Também nos Estados Unidos, a empresa de  telecomunicações Verizon Communications resiste “a ser usada como ferramenta policial em defesa dos direitos autorais da indústria fonográfica” [44].

Tudo isso acontece porque as grandes corporações da indústria cultural pensam o direito autoral “como uma ferramenta através da qual os proprietários do copyright extraem todo o potencial valor comercial de suas obras, ainda que isso signifique que os usos tradicionalmente considerados legais estejam agora sob o controle do proprietário do copyright” [45]. O resgate das práticas totalitárias pode parecer algo distante e fora de propósito, mas lembremos que “a verdadeira dominação social provém do fato de os códigos culturais estarem embutidos na estrutura social de tal forma que a posse desses códigos abre o acesso à estrutura do poder sem que a elite precise conspirar para impedir o acesso a suas redes” [46]. Ou seja, o controle do acesso à informação é determinante para constituição social do mundo globalizado. Após apossar-se deste controle, as grandes corporações tentam então alterar os demais códigos que regem a vida em sociedade fortalecendo e legitimando este novo poder.

Ao modificar-se a estrutura jurídica a fim de que os direitos patrimoniais das empresas de mídia sejam assegurados em uma nova era da reprodutibilidade em rede, o próprio conceito de democracia é atingido. E a resposta liberal (ao menos dos que têm no liberalismo um ideal de desenvolvimento humano) para o fantasma do totalitarismo é um retorno aos ideais de Adam Smith e Ricardo. A exclusão social e a falência do sistema democrático seriam resolvidas com o combate à corrupção do capitalismo pelos seus maiores inimigos, justamente os que “se consideram os seus maiores advogados: os executivos, os donos das companhias e os políticos que insistentemente se declaram pró-negócios” [47]. 

Este lamento não nos parece hoje mais eficiente  do que foi o alerta de Isócrates no século IV a.C.  À dissolução do estado ateniense e à forma degenerada de política da época em que escreve, ele contrapunha a constituição dos antepassados: “os homens eram diferentes nos tempos de Sólon ou de Clístenes; portanto o único meio de livrá-los do seu individualismo exagerado é restaurar a constituição do Estado que vigorava naquele século” [48]. Jaeger comenta que Isócrates também “estava absolutamente convencido de que não era nos programas educacionais de diversos reformadores, mas nas circunstâncias totais da época, que se devia procurar os fatores verdadeiramente culturais. [...] Mas é característico da época o fato de a paidéia em sentido positivo só ser possível na forma de reação consciente dos indivíduos isolados contra as tendências gerais da evolução” [49].

Acreditamos que este despertar da consciência individual ainda é o melhor meio para combater o individualismo competitivo que afeta a constituição tanto da polis quanto do moderno Estado-nação. O paradoxo hoje é resolvido pelas novas tecnologias da informação, pois o indivíduo não está mais isolado em sua racionalidade crítica, mas  integrado através de comunidades eletrônicas, evitando que o seu individualismo se transforme em um agir egoísta. Em contraposição à subordinação da sociedade aos códigos das grandes corporações, temos as comunidades virtuais geradas espontaneamente na última década.  Mesmo quando criadas com as perspectivas de monetarização, elas interagem continuamente, impossibilitando o seu controle: são um novo fluxo dentro do espaço de fluxos.

Vislumbramos potencialmente nestas novas comunidades o tesouro perdido que Arendt diz que a humanidade encontra e perde nas grandes revoluções. Uma reencarnação da tradição que procura nomear e preservar o que foi conquistado e perdido na Resistência ao fascismo, nas Revoluções Francesa e Americana, no outono de 1956 em Budapeste:

E, todavia, se voltarmos as vistas para o princípio desta era, e sobretudo para as décadas que a precedem, poderemos descobrir, para nossa surpresa, que o século XVIII, em ambos os lados do Atlântico, possuiu um nome para este tesouro, desde então esquecido e perdido – quase o diríamos – antes mesmo que o próprio tesouro desaparecesse. O nome, na América, foi “felicidade pública”, que com suas conotações de “virtude” e “glória” entendemos tão pouco como a sua contrapartida francesa, “liberdade pública”: a dificuldade para nós está em que, em ambos os casos, a ênfase recaía sobre “público”. [50]

O novo Bem Público, tornando real nas comunidades virtuais geradas em torno dos mais diversos interesses, forma-se espontaneamente nos mesmos fluxos informacionais que possibilitam a integração mundial do aparato econômico-cultural de dominação. Só que a estrutura descentralizada das novas redes computacionais favorece também a autodeterminação das comunidades cibernéticas e a diversidade cultural, social e política: “embora muitos tenham observado que os recentes protestos de massa teriam sido impossíveis sem a internet, o que foi esquecido é como a tecnologia  da comunicação que facilita essas campanhas está moldando o movimento à sua própria imagem [...] o consenso forçado e manifestos elaborados desaparecem ao fundo, substituídos por uma cultura de troca de informações constante, frouxamente estruturada e às vezes compulsiva” [51]. É um espaço que inicialmente resiste a ser “formatado” pelas necessidades das empresas multinacionais e pelo capital financeiro.

As estruturas de comunicação em rede podem permitir a “a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente” [52] desde que a informação que circula nesta rede não seja controlada. Alterando os valores criados pela indústria cultura, talvez uma consciência crítica possibilite o surgimento de valores que não pertençam ao conjunto destinado a manter o aparato político-social-cultural-econômico. É usar a mesma tecnologia que permite a maior integração dos valores de branding dos produtos culturais para libertar o indivíduo massificado transformando-o em sujeito do processo cultural. Por certo o capitalismo turbinado por estas novas tecnologias  reforça o aspecto da eficiência competitiva, pilar da racionalidade tecnológica. Mas a quebra da propriedade intelectual pode levar à quebra da lógica do lucro, separando a obediência às instruções da razão. Ocupar o espaço da mídia com informação não controlada:

[...] mudaria o modo de produzir a informação e assim o de intervenção política [...], [haveria contra os grandes dinossauros da comunicação de massa] o mesmo  movimento de desconfiança que a maioria da população italiana desenvolveu em relação aos jornais e  rádios controlados pelo regime fascista. [...] Ao novo totalitarismo não se opõe indo para as montanhas, mas conectando-se online. [53]

Nesta resistência às novas formas de totalitarismo é imprescindível que a mediação entre a realidade e o indivíduo não esteja sob controles ideológicos que barrem a racionalidade crítica. Se restrições legais impedem o indivíduo de usar as informações disponíveis para recriar a cultura e a ciência, o saber coletivo serve apenas à lógica do lucro. Se o indivíduo tem acesso negado a determinadas informações (como o código-fonte de sistemas operacionais), o conhecimento acumulado não serve mais para o progresso da humanidade. Se a informação é mediada por uma indústria cultural monopolizada, o controle das massas é legitimado pela alteração ideológica da realidade. O direito autoral representa hoje, nesta nossa perspectiva, o mesmo que a propriedade dos meios de produção para o capitalismo de meados do século XIX. Foi com a consolidação do saber coletivo resultante de uma outra revolução informacional que permitiu à ação revolucionária liberal colocar um “fim a todas as relações feudais, patriarcais e idílicas” [54]. Agora, com as técnicas de reprodução digitais, este Bem Público compartilhado poderá intensificar a comunicação e o conhecimento humano e iniciar uma nova etapa de desenvolvimento social.

Em períodos de grandes transformações políticas, econômicas, tecnológicas e sociais, é preciso estar atento a todos os perigos para que as oportunidades não se transformem em armadilhas. Mas também não podemos subestimar o alcance destas oportunidades. Evidentemente que as tecnologias informacionais não geram per si uma quebra do aparato de dominação, podendo mesmo acentuá-lo conforme o uso que é feito delas. Para que se estruture um sistema de comunicação que devolva ao indivíduo a sua condição de sujeito é necessário que a informação deixe de ser objeto de consumo e se transforme em ponto de partida para a observação crítica da realidade. É preciso desmistificar a cultura do consumo, trocando a eficiência técnica padronizada pela produção individualizada sem que se reproduz sem obedecer a tendências hegemônicas. Ao descentralizarem a distribuição da informação, as novas tecnologias dão ao indivíduo acesso aos instrumentos (não mais mecânicos, mas digitais) de reprodução, mas, acima de tudo, é condição necessária (embora não suficiente) que a informação seja livre.

Notas

  1. Numeração da edição das Obras Completas de Luís de Camões da Biblioteca Luso-Brasileira, Companhia Aguilar Editora, Rio de Janeiro, 1963.
  2. Exame (2003), p 9.
  3. Encontramos no Dicionário de Política de Bobbio dois significados de ideologia. O significado fraco constitui no sistema de crenças políticas, um conjunto de idéias e de valores respeitantes à ordem pública e tendo como função orientar os comportamentos políticos coletivos”. O significado forte de ideologia é originário da definição marxista de ideologia, entendida como falsa consciência das relações de domínio entre as classes. Bobbio (1983), pp 585 a 589. Já Arendt diz que (...) a ideologia difere da simples opinião na medida em que se pretende detentora da chave da história, e em que julga poder apresentar a solução dos “enigmas do universo” e dominar o conhecimento íntimo das leis universais “ocultas”, que supostamente regem a natureza e o homem Arendt (2000), p. 189.
  4. Santos (2001), p 39.
  5. Anderson (2002).
  6. Folha de S. Paulo (2003).
  7. The Economist (2003 A). No original: "The countries that have succeeded in raising living standards rapidly, over long periods, have followed many varieties of economic policy and have lived under many different forms of government. What they have had in common, though, has been a policy of opening their economies to trade and to foreign capital."
  8. The Economist (2003  B). No original: "Over the past 160 years, the world made hitherto unimaginable progress in human welfare, however you measure it. Yet nowadays, never has so much seemed so bad to so many."
  9. Ali (2002), p 432.
  10. Castells (2000 – Vol. 3), p. 242.
  11. Carta Maior (2003).
  12. Martin (1997), p. 47.
  13. Adorno (2002), p. 12.
  14. Castells chama de espaço de fluxos a nova lógica espacial da sociedade em rede. Este novo espaço é caracterizado pelas redes de comunicação e pela rede do sistema financeiro (e seus nós ou espaços físicos privilegiados, como Nova York, Londres e Tóquio). As redes unem diferentes lugares, atribuindo a cada um deles pesos e papéis diferentes em uma hierarquia de geração de riquezas, processamento da informação e poder (...) o espaço de fluxos é a organização material das práticas sociais de tempo compartilhado que funcionam por meio de fluxos. Castells (2001 – Vol. 1), p. 404, 436 e 439.
  15. Repete-se o conflito entre burguesia e Estado do final do século XIX, quando ficou patente que o Estado-nação não se prestava como estrutura para maior crescimento da economia capitalista e (...) a luta latente entre o Estado e a burguesia se transformou em luta aberta pelo poder. Arendt (2000), p. 154.
  16. Fridman, T. The Lexus and the Olive Tree: Understanding Globalization, citado em Nye (2002), p. 33.
  17. É significativo que principais “gerentes” que administram as políticas econômicas nos países em desenvolvimento completem suas formação acadêmica em centros como Stanford, Harvard, Chicago University e London Business School. 
  18. Klein (2003), p. 369
  19. Freitas (2003).
  20. A utilização lucrativa do aparato [as instituições, dispositivos e organizações da indústria em sua situação social dominante] dita em larga escala a quantidade, a forma e o tipo de mercadorias a serem produzidas e, através deste modo de produção e distribuição, o poder tecnológico do aparato afeta toda a racionalidade daqueles a quem serve [...] Sob o impacto deste aparato, a racionalidade individualista se viu transformada em racionalidade tecnológica. Marcuse (1998), p. 77. 
  21. Klein (2003), p. 450.
  22. Adorno (2002), p. 25.
  23. Klein (2003), p. 456.
  24. Marx (1988), p. 07.
  25. O indivíduo eficiente é aquele cujo desempenho consiste numa ação somente enquanto seja a reação adequada às demandas objetivas do aparato, e a liberdade do indivíduo está confinada à seleção dos meios mais adequados para alcançar uma meta que ele não determinou. Marcuse (1998), p. 78.
  26. Adorno (1986), p. 99.
  27. Washington Post (2003).
  28. Krugman (2002). No original: "Restrictions on ownership maintained a diversity of voices. And there was a general expectation that major news outlets would stay above the fray, distinguishing clearly between opinion and news reporting. The system didn't always work, but it did set some limits. Over the past 15 years, however, much of that system has been dismantled.”
  29. Eco (2003). No original: "un solo individuo, manovrando con accortezza una propria fortuna personale, non solo è diventato presidente del Consiglio, ma è arrivato a controllare la totalità delle catene televisive, alcune grandi case editrici, alcuni quotidiani e (mentre scrivo si sta consumando tra molte incertezze la tragedia Fiat) potrebbe entro breve tempo ottenere il controllo di due fra i tre più diffusi e autorevoli quotidiani nazional".
  30. O conceito “marcas, não produtos” continua a seduzir as grandes empresas de mídia. Em entrevista ao jornal interno da Editora Abril em dezembro de 2002, seu presidente Roberto Civita declara que a Abril não precisa ser dona da frota de caminhões que distribui nossas revistas, precisa é saber contratar a frota que faz isso com competência e preço competitivo. No mundo todo está mudando a visão do que uma empresa precisa ter ou fazer. A Nike, por exemplo, não faz um só par de tênis: ela desenha, desenvolve o projeto de cada modelo, faz o marketing e terceiriza a fabricação.
  31. Marcuse (1998), p. 80.
  32. Diz-se sempre, em nome do credo liberal, que o monopólio uniformiza e que a concorrência diversifica [...], mas observo apenas que, quando ela se exerce entre jornalistas ou jornais que estão sujeitos às mesmas restrições [...], ela homogeneíza (Bourdieu, 1997:31). 
  33. Alterman (2003). No original: "Why, then, if liberals are speaking little more than consensus common sense, do they seem to be in danger of political oblivion? Well, lots of reasons actually, but a big one is a right-wing opinion media that treats these principles as if they derived from The Communist Manifesto."
  34. FAIR (2003).
  35. Adorno (1986), p. 96.
  36. E, como no caso da indústria fonográfica, a sua própria existência. 
  37. Excluindo as especificidades históricas das experiências política italiana e alemã em meados do século XX, o confronto ideológico com o comunismo e a questão da mobilização das massas, reduzimos a definição de totalitarismo para: sistema autoritário de dominação que é caracterizado [...] pela tentativa de integrar  nas estruturas de controle do partido ou do Estado, de acordo com uma lógica totalitária, a totalidade das relações econômicas, sociais, políticas e culturais. Bobbio (2000), p. 466.
  38. Um dos mecanismos mais importantes para indústria cultural é o Digital Millennium Copyright Act, código que procura estabelece as regras para o uso da propriedade intelectual no meio digital aprovado no final da década de 90 pelo Congresso norte-americano. As corporações procuram uma resposta predominantemente jurídica para o problema a propriedade intelectual  por causa da inexistência de uma tecnologia segura que impeça a reprodução digital não autorizada. Biddle, England, Peinado e Willman demonstraram a impossibilidade de se inibir as redes de distribuição usadas para trocas não autorizadas de arquivos digitais. Segundo estes pesquisadores, há um único componente da infraestrutura destas redes que pode ser atacado: seu banco de dados. No entanto, as outras capacidades tecnológicas [...] não apenas permanecerão disponíveis, como rapidamente aumentarão seu poder, baseado nos avanços tecnológicos gerais e na possível incorporação da criptografia. Biddle (2002).
  39. Provedores de serviços de internet.
  40. Folha Online (2002).
  41. Info (2002).
  42. Nos EUA, softwares são registrados como obras literárias.
  43. The New York Magazine (2002).
  44. Reuters (2002).
  45. Litman (2001). No original: "We've also seen the emergence of new way of thinking about copyright: Copyright is now seen as a tool for copyright owners to use to extract all the potential  commercial value from works of authorship, even if that means that uses that have long been deemed legal are now brought within the copyright owner's control."
  46. Castells (2001 Vol.1), p. 497.
  47. The Economist (B). No original: "[…] the main dangers to the success of capitalism are the very people who would consider themselves its most ardent advocates: the bosses of companies, the owners of companies, and the politicians who tirelessly insist that they are "pro-business”.
  48. Jaeger (1995), p. 1149.
  49. Jaeger (1995), nota 22, p. 1151.
  50. Arendt (1997), p. 30.
  51. Klein (2003),  p. 479.
  52. Adorno (1986), p. 99.
  53. L´Espresso (2003). No original: "Ed ecco che, così come la rappresentatività elettorale potrebbe essere sostituita da una presenza reticolare di gruppi di pressione, si potrebbe avere una circolazione di informazioni non controllabili e non controllate che gradatamente occuperebbero lo spazio di persuasione una volta occupato dai giornali e dalle televisioni. Cambierebbe il modo di fare informazione e dunque quello di intervenire politicamente [...] lo stesso atteggiamento di diffidenza che la maggioranza della popolazione italiana aveva elaborato verso i quotidiani e la radio controllati dal regime fascista. [...] Non dico che non valga la pena di preoccuparsi se qualcuno cerca di impadronirsi del "Corriere della Sera", ma non sarebbe male anche prepararsi allo scenario alternativo. Al nuovo totalitarismo non ci si oppone andando in montagna ma inserendosi "on line".
  54. Marx

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Carlos Sandano é jornalista profissional desde 1992, com passagens pela Folha de S. Paulo, Editora Abril , Gazeta Mercantil, TV Senac e Rádio Bandeirantes, entres outros. É pós-graduado em Teorias e Técnicas da Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e especialista em Docência On-Line pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Atualmente é professor de Mídias Digitais, no Centro de Educação Tecnológica Interamericano e mestrando no Programa de Integração da América Latina da Universidade de São Paulo. É diretor de conteúdo da Pluricom Comunicação Integrada.

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