Obra resgata importância histórico-literária dos textos do Visconde de Taunay

Visconde de Taunay escreveu compulsivamente diversos gêneros discursivos e literários. Revisões da Guerra do Paraguai (1865-1870) entram necessariamente em suas narrativas militares, além de ser Taunay um dos principais representantes da literatura dos viajantes. Em O Visconde de Taunay e os fios da memória, lançamento da Editora UNESP, Maria Lídia Lichtscheidl Maretti revela a importância histórico-literária da obra de Alfredo d’Escragnolle Taunay, o Visconde de Taunay. A autora analisa o conjunto de textos, da prosa de ficção ao teatro, do ensaio à narrativa de viagem, escritos por Taunay tanto na condição de naturalista expedicionário como de oficial do Império em campanha militar.

O material de pesquisa inclui títulos do período da literatura brasileira tradicionalmente identificado como pré-modernismo (1870-1920), como: A Retirada de Laguna (1871), Memórias (publicadas postumamente em 1948), Inocência (1872) e Considerações acerca da idéia de elevar-se uma estátua a Cristóvão Colombo, no Pão de Açúcar. Apesar da listagem bibliográfica selecionada parecer heterogênea, denuncia uma vontade intransigente de perseguir trilhas que, embora distintas, conduzem à execução de um grandioso projeto para o Brasil.

O Visconde de Taunay e os fios da memória é estruturado em três grandes partes. A primeira trata de dados da biografia e das intervenções críticas suscitadas pela obra de Taunay. Em seguida, aborda “aspectos transitivos da obra de Taunay”, desprezando a polêmica que atribui a ele o caráter de “escritor de transição entre o romantismo e o realismo”. Para estudar os termos em que se dá a transitividade da obra de Taunay, Lídia Maretti investiga a idéia de nação construída sobretudo a partir dos livros A Retirada de Laguna e Memórias; os primeiros poemas esquecidos pelo autor e pela crítica; a influência exercida na obra de Taunay de estrangeiros ilustres e nobres membros de sua família; e a possibilidade de reabilitação do primeiro romance do escritor, A Mocidade de Trajano.

Por fim, Lídia levanta questões relativas à memória, à oratória, à descrição e ao teatro de Taunay. Perspectivas estas que conjugam tanto o fato de caracterizarem o escritor sob determinados aspectos como o de serem pouco estudadas pela crítica.

Sobre a autora

Maria Lídia Lichtscheidl Maretti, mestre e doutora em Teoria Literária pela Unicamp, é professora do departamento de Letras Modernas da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, campus de Assis, onde também atua no programa de pós-graduação em Letras, desenvolvendo pesquisas sobre os séculos XIX e XX, na França e no Brasil.

Título: O Visconde de Taunay e os fios da memória
Autor: Maria Lídia Lichtscheidl Maretti
Número de páginas: 351
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 45
ISBN: 85-7139-677-9
Data de publicação: 2006

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