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10 anos sem Maurício Tragtenberg

Nov 04, 2008

10 anos sem Maurício Tragtenberg

10 anos sem Maurício Tragtenberg

Coleção da Editora Unesp resgata obra de um dos mais influentes intelectuais brasileiros

No próximo dia 17 de novembro, completam dez anos da morte do sociólogo gaúcho Maurício Tragtenberg, reconhecido por seu socialismo libertário. Hoje, 4 de novembro, ele faria 79 anos.

Na Coleção Maurício Tragtenberg, a Editora Unesp resgata a atualidade e relevância de sua obra, em que a erudição acadêmica é temperada pela autonomia intelectual e opções doutrinárias heterodoxas.

Coordenada por Evaldo A. Vieira, a Coleção Maurício Tragtenberg reúne textos variados e dispersos do pensador, por meio de comparação com originais e outros cuidados formais que incluem eventuais notas, compilação de artigos e revisão. Foi incluída a parcela mais representativa do que foi produzido por este intelectual em seus livros, ensaios, prefácios e introduções, que dão testemunho da sua capacidade de pensar o mundo contemporâneo de forma lúcida e clara.

Confira a seguir os cinco títulos já lançados.

Tragtenberg e a visão crítica da Universidade

Sobre educação, política e sindicalismo (216 páginas, R$ 32) reúne 14 artigos e debate os métodos de acesso ao ensino superior e duas entrevistas. Aqui, Tragtenberg discute, entre outros temas, a relação entre a dominação e o saber, a estrutura burocrática da educação, a democratização da Universidade e os seus caminhos, o movimento estudantil e a demolição da sede da UNE, Mobral e CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), pós-graduação e consciência social e pedagogia libertária.

Mais do que corajosamente abordar questões polêmicas, os artigos e trabalhos de Tragtenberg refletem sobre a relação entre o saber e o poder e constituem uma poderosa crítica da burocratização da transmissão de conhecimentos. O resultado é uma análise profunda e ainda original da Universidade (e da escola de maneira geral) não como um fim em si mesma, mas a partir de sua relevância e importância para a sociedade como um todo.

A ideologia das grandes corporações e a exploração do trabalho no “novo capitalismo”

Antecipar-se às discussões sobre a realidade social é algo que só pode ser feito a partir de uma grande diversidade de fontes e capacidade de análise crítica. Ao perceber o rumo que tomava as relações de trabalho no mundo capitalista, Maurício Tragtenberg oferecia, já em 1980, uma visão abrangente do dinâmico processo que resultou na globalização das trocas comerciais, na dependência econômica do fluxo financeiro internacional e no desmonte das garantias institucionais ao trabalho tem hoje contorno nítidos.

Em Administração, poder e ideologia (240 páginas, R$ 32), nos oferece uma base sólida a partir da qual podemos apreender o sentido das relações trabalhista na constituição do mundo contemporâneo. Reflete sobre a degradação do trabalho que hoje se verifica em escala global e o faz com estudos empíricos que abarcam a Europa, o Brasil, a Argentina e a Bolívia.


O universo burocrático das empresas e a administração como forma de poder

Em seu clássico Burocracia e Ideologia (288 páginas, R$ 35), Maurício Tragtenberg promove uma crítica sobre a Teoria Geral da Administração em seu processo de constituição histórica, neste que é um de seus trabalhos mais discutidos. Ele esmiúça a burocracia no universo corporativo contemporâneo dominado pela racionalização do trabalho, o messianismo administrativo, a educação permanente e a tecnoburocracia. Chega, assim, à formulação da administração de empresas como uma expressão do poder.

O taylorismo é visto como uma transposição para o campo da administração de uma ética da obediência, que corresponde às primeiras etapas do desenvolvimento do capitalismo. Fayol surge para dar prosseguimento aos princípios de Taylor e fundamentar uma concepção de unidade de comando administrativa. Já o pensamento de Mayo funciona como resposta intelectual à concentração de capital. Porém, uma das grandes contribuições da obra está na apresentação meticulosa das idéias de Max Weber.

Tragtenberg e os erros da experiência soviética

Em A Revolução Russa (152 páginas, R$ 25), Tragtenberg percorre com maestria os caminhos que culminaram com o fim da URSS, mas o faz de modo que possamos refletir com profundidade sobre o fracasso de uma das experiências políticas mais importantes do Ocidente. Sua visão crítica  mapeia os caminhos não lineares percorridos pela Revolução Russa na configuração de poder onde prevalece uma “burguesia de Estado”.

E demonstra que, para se debater de modo consistente o socialismo, é preciso ter em mente que “as relações sociais a serem suprimidas não se restringem à propriedade privada dos meios de produção, como fizeram os bolcheviques”. Tragtenberg foi ao âmago do fracasso revolucionário, apontando-lhe as causas: a desconfiança na capacidade da classe trabalhadora e a ação não democrática que resulta no monopólio político e no controle do Estado.

O marxismo libertário de Maurício Tragtenberg

A crítica de Maurício Tragtenberg ao sindicalismo burocrático, às doutrinas vanguardistas e às relações de trabalho no sistema capitalista leva, em Reflexões sobre o socialismo (134 páginas, R$ 25), a uma visão original sobre as lutas operárias que permanece estimulante e desafiadora após as muitas transformações e debates sobre o tema nas últimas décadas. O ponto central é a possibilidade de os trabalhadores tecerem, a partir de mobilizações auto-organizadas, novas relações sociais igualitárias.

Relações que são contrapostas às deformações hierárquicas criadas quando partidos ou aparelhos políticos substituem os trabalhadores na direção de suas lutas. Ao entender a democracia direta dos sovietes como a matriz de novas relações sociais, Tragtenberg não fala de momentos históricos definidos, mas nos ajuda a entender a realidade contemporânea, onde a questão da eliminação de intermediários se destaca por sua atualidade.

Próximos lançamentos

Estão ainda previstos outros quatro títulos a serem lançados pela Coleção Maurício Tragtenberg:

  • A falência da política (inédito)
  • O capitalismo no século XX
  • Memórias de um autodidata no Brasil
  • No batende, com a autonomia operária (inédito)

Vários eventos estão sendo realizados para homenagear o intelectual brasileiro. Até o dia 5, a PUC-SP promove ciclo de ventos Maurício Tragtenberg: 10 anos de encantamento. Nos dias 6 e 7, acontece na USP e, nos dias 18 e 19, será a vez da Unicamp.

Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo site
www.editoraunesp.com.br ou pelo telefone (11 ) 3242-7171.

 

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