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Revista 'GQ' recomenda obra de Elton Corbanezi

Sep 11, 2022

Mobilizando diversas áreas do saber, Elton Corbanezi examina como a saúde mental ganhou status de dispositivo que redesenha a fronteira do normal e do patológico a partir de processos biopolíticos

A revista GQ incluiu o livro Saúde mental, depressão e capitalismo, de Elton Corbanezi, numa lista de obras que ajudam a "aprender a lidar melhor com a ansiedade".

"Com a intenção de diminuir estes números [de casos de depressão], alguns autores decidiram abordar o assunto de maneira simples que podem ajudar a entender melhor a ansiedade e preveni-la", escreve Raphaela Cunha. "A GQ Brasil elegeu cinco livros que ajudam a lidar melhor com este problema."

Confira a lista completa aqui.

Sobre o livro

O mundo enfrenta uma epidemia de depressão e os números, segundo a Organização Mundial da Saúde, são categóricos. Além de já ser a principal causa de incapacitação no planeta, a depressão se tornará, até 2030, a primeira doença no ranking das principais causas da carga patológica mundial, deixando para trás as doenças cardiovasculares, as consequências de acidentes de trânsito e as doenças cerebrovasculares. E a complexidade desse cenário exige a reunião de múltiplos esforços em diferentes campos do saber para jogar luz sobre a depressão e o conceito de saúde mental, examinando-os como produtos da biopolítica peculiar à ascensão do neoliberalismo, como faz o sociólogo Elton Corbanezi em Saúde mental, depressão e capitalismo, instigante lançamento da Editora Unesp.

“Veremos, assim, que a extensão do conceito de saúde mental proporciona e fundamenta uma significativa intervenção psiquiátrica no tecido social, tornando possível estimular e potencializar o desempenho e a eficácia de condutas em uma sociedade que ‘descoletiviza’ cada vez mais o indivíduo e lhe atribui a responsabilidade por seu sucesso ou fracasso social”, anota o pesquisador. “Desde a década de 1970, aproximadamente, assistimos à emergência e à intensificação de acontecimentos que ainda nos são contemporâneos e que solicitam uma abordagem relacional: é ao lado da ‘neoliberalização’ das sociedades ocidentais que o discurso da saúde mental começa a tomar consistência e a sugerir um sentido diverso do pretendido inicialmente durante o estado de bem-estar social (welfare state), ao mesmo tempo que se modifica o paradigma a partir do qual os transtornos mentais são concebidos e se banaliza a depressão mediante a divulgação de sua epidemia."

Ao longo de três detalhados capítulos, Corbanezi transita por autores como Michel Foucault, Nietzsche, Gilles Deleuze, Georges Canguilhem, Robert Castel, ao traçar a “cartografia” que vai da loucura à desrazão clássica, desta à doença mental e, finalmente, da doença à saúde mental, mostrando como esta tem como correlato o avanço impressionante da depressão e de sua administração fora da instituição asilar, em campo aberto, por meio do recurso cada vez mais enfático dos tratamentos bioquímicos, pontua o filósofo Peter Pál Pelbart na orelha da obra. “O livro que o leitor tem em mãos faz a respeito desse panorama um diagnóstico dos mais percucientes: a saúde mental constitui uma estratégia biopolítica”, continua.

“Com isso, alterou-se o estatuto da doença, a coerção cede lugar à responsabilização pelo próprio sucesso e fracasso, e o foco se desloca em direção à gestão da normalidade. O belo livro de Elton Corbanezi mostra como a depressão denuncia de modo categórico, pelo seu caráter antinormativo, o modo de existência que a biopolítica instaurou”.O sociólogo Laymert Garcia dos Santos complementa, no prefácio, que “o mérito da pesquisa vai além [da cartografia da psiquiatra], na medida em que o autor mantém permanentemente um olho na evolução da teoria e da prática médicas e outro no modo como estas se articulam com a gestão dos indivíduos e das populações pelo poder. Assim, a análise do passado esclarece como a psiquiatria se constituiu como uma tecnologia do poder sobre o anormal antes de tornar-se um dos principais vetores da própria normalização na sociedade contemporânea. Vale dizer: de produção em larga escala de sujeitos sujeitados.

”Já o professor José Carlos Bruni, por sua vez, assinala no posfácio: “Sua investigação refinada e minuciosa não esconde seu vigor crítico ao denunciar o tipo de violência do capitalismo moderno que abriga no seu silêncio gritos dilacerados da mais profunda desumanidade.”

Elton Corbanezi é doutor em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor de Sociologia (graduação e pós-graduação) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Suas pesquisas voltam-se a temas como ciência, cultura, psiquiatria, saúde mental, subjetividade e capitalismo contemporâneo.

Mais informações sobre os livros publicados pela Editora Unesp estão disponíveis no site: www.editoraunesp.com.br

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Diego Moura e Katia Saisi | [email protected] 

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