Projeto de acessibilidade nasce da necessidade especial de um aluno e hoje beneficia 300 jovens por ano em Joinville

Em três anos, a unidade do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Joinville (SC) conseguiu ampliar o atendimento a pessoas com necessidades especiais para mais de trezentos alunos por ano e ainda intensificou o relacionamento entre alunos e docentes. Para atingir esse objetivo, realizou a adequação de suas instalações arquitetônicas, adaptou o material didático e os equipamentos tecnológicos e promoveu a capacitação do corpo docente.  “Antes, tínhamos muita dificuldade para manter alunos especiais nos cursos: era preciso elaborar material didático específico para cada caso e havia barreiras para o recebimento e apoio aos alunos. Hoje isto mudou completamente. A estrutura é apropriada e a equipe está preparada para atendê-los”, afirma a diretora da instituição, Hildegard Schlupp.

Atualmente, Hildegard é quem está à frente do Projeto Acessibilidade, que surgiu após a entrada no Senai de um aluno com deficiência visual, em 2007. “As dificuldades daquele jovem fizeram com que os funcionários observassem a falta de estrutura para atendê-lo no Senai”, explica. A partir de 2008, um grupo de colaboradores começou a discutir essas dificuldades, buscando elencar os principais problemas, e propôs um projeto para facilitar as condições de aprendizado para os alunos com algum tipo de deficiência.

Simone Casimiro é uma das criadoras do Projeto Acessibilidade. Ela lembra que, na época, já existiam algumas iniciativas desse tipo em colégios, mas não se viam no ensino profissionalizante alunos com deficiência visual, auditiva, motora ou mental. “A demanda surgiu quando o governo intensificou a fiscalização da Lei 8.213/91, que obriga empresas com quadro superior a cem funcionários a contratar, entre eles, cotas mínimas de trabalhadores com algum tipo de deficiência.”

Para Simone, além de promover o ensino, outra conquista foi ampliar o diálogo e o convívio entre portadores e não portadores de necessidades especiais: “Quando se quebram as barreiras no relacionamento interpessoal, passamos a ver as pessoas com deficiência como iguais, capazes e de fácil convivência”, diz. O aluno Thiago Arthur Cunha, de 19 anos, concorda: “Meu relacionamento com colegas e funcionários é bom, sempre fui de conversar bastante. Como frequentei poucas associações para deficientes visuais, convivi bastante com pessoas que não possuem deficiência e acho ótima a integração que o programa promove.”O Senai de Joinville atende cerca de trezentas pessoas com necessidade especiais por ano. Estudantes com deficiência motora contam com a adaptação de mobiliário, e os com deficiência visual dispõem de dois computadores com softwares especializados e impressora em Braille. O laboratório de tecnologia funciona das 8h às 22h e estende seu atendimento a outras instituições e pessoas da comunidade.

Em reconhecimento aos seus resultados, o Projeto Acessibilidade recebeu a segunda colocação na categoria A Educação em Direitos Humanos na Escola Privada do Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos de 2010, realizado pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) em parceria com a Fundação SM, o Ministério da Educação e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A relação completa dos ganhadores do PNEDH está disponível em: www.educacaoemdireitoshumanos.com.br.

Faça o download do projeto aqui e assista ao vídeo, disponível no Canal de Edições SM do YouTube: http://www.youtube.com/edicoessm#p/u/3/FbE22ZeTSPQ